Resumo / Descrição

ste artigo descreve e analisa as características da expansão da educação odontológica privada no Brasil de 1996 a dezembro de 2018 e suas relações com as políticas públicas e o mercado de trabalho e educação do país em odontologia. Método: O estudo utilizou uma abordagem quantitativa exploratória e descritiva envolvendo técnicas padronizadas de coleta de dados a partir de bancos de dados secundários de acesso aberto. Resultado: De 1996 a 2018, houve um aumento geral de 315% nas escolas de odontologia (582% no setor privado e 49% no setor público). Em dezembro de 2018, o Brasil tinha 374 escolas de odontologia, das quais 307 eram privadas e 67 públicas. As 374 escolas ofereceram 47.192 vagas, 89% das quais eram privadas. Em cinco estados, a educação odontológica é 100% privada, enquanto em outros 19 estados o fornecimento privado excede 70% do total. Nos outros três estados, essa oferta fica entre 40% e 67%. De 1996 a 2016, a participação do setor privado na formação de graduados em odontologia foi de 66%. As mulheres representaram 73% dos graduados em odontologia brasileiros em 2016. Conclusão: A privatização da educação odontológica no Brasil levanta desafios para o desenvolvimento de políticas, planejamento, organização do cuidado, estruturação do processo de formação de dentistas, bem como a dinâmica do mercado de trabalho no sistema de saúde.