. Financeirização, neoliberalismo e sistema de saúde no Brasil: estudos em economia política da saúde
Apoiada no pensamento crítico em saúde e na economia política da saúde, esta tese reúne
estudos que buscam atualizar a compreensão sobre o setor saúde no Brasil, considerando que
as políticas de saúde são historicamente determinadas, politicamente instituídas, socialmente
produzidas e relacionadas à produção e reprodução social. Na Parte I, após revisão sobre as
relações entre sistemas de saúde, neoliberalismo e financeirização, analisa-se a inserção de
empresas brasileiras do setor saúde no processo de financeirização. Foram selecionadas 58 e
coletadas informações quantitativas e qualitativas de diversas fontes entre 2008 e 2017. Os
resultados são apresentados em dois artigos e em análise exploratória dos dados reunidos no
banco BDES-A. Observam-se mudanças nas grandes empresas como a rápida expansão e
capitalização, crescentes investimentos externos, alteração na estrutura da propriedade,
diversificação, novas estratégias de concorrência, financiamento, organização e governança.
Demonstrou-se o papel ativo das empresas na integração do setor saúde brasileiro à
financeirização. Na Parte II, analisa-se a formação, as características estruturais e as
contradições do sistema de saúde brasileiro contemporâneo, moldado pela reforma sanitária e
pelas disputas estabelecidas após a transição para a democracia e para o neoliberalismo. A
implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) e as mudanças nas relações entre Estado,
mercado e classes sociais entre 1988 e 2016 foram captadas na trajetória de processos como o
financiamento, a universalização, a descentralização, a mercantilização e a segmentação.
Identificamos as bases políticas, econômicas, ideológicas, sociais, institucionais e
assistenciais que sustentam a economia política do setor saúde no contexto neoliberal no
Brasil.
Apoiada no pensamento crítico em saúde e na economia política da saúde, esta tese reúne estudos que buscam atualizar a compreensão sobre o setor saúde no Brasil, considerando que as políticas de saúde são historicamente determinadas, politicamente instituídas, socialmente produzidas e relacionadas à produção e reprodução social. Na Parte I, após revisão sobre as relações entre sistemas de saúde, neoliberalismo e financeirização, analisa-se a inserção de empresas brasileiras do setor saúde no processo de financeirização. Foram selecionadas 58 e coletadas informações quantitativas e qualitativas de diversas fontes entre 2008 e 2017. Os resultados são apresentados em dois artigos e em análise exploratória dos dados reunidos no banco BDES-A. Observam-se mudanças nas grandes empresas como a rápida expansão e capitalização, crescentes investimentos externos, alteração na estrutura da propriedade, diversificação, novas estratégias de concorrência, financiamento, organização e governança.
Demonstrou-se o papel ativo das empresas na integração do setor saúde brasileiro à financeirização. Na Parte II, analisa-se a formação, as características estruturais e as contradições do sistema de saúde brasileiro contemporâneo, moldado pela reforma sanitária e pelas disputas estabelecidas após a transição para a democracia e para o neoliberalismo. A implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) e as mudanças nas relações entre Estado, mercado e classes sociais entre 1988 e 2016 foram captadas na trajetória de processos como o financiamento, a universalização, a descentralização, a mercantilização e a segmentação. Identificamos as bases políticas, econômicas, ideológicas, sociais, institucionais e assistenciais que sustentam a economia política do setor saúde no contexto neoliberal no Brasil.
Palavras-Chave em Português
Sistemas de Saúde | Políticas de Saúde | Economia política da Saúde | Financeirização | Neoliberalismo | Sistema Único de Saúde | Complexo econômico industrial da saúde
Resumo em Inglês (abstract)
Based on critical thinking in health and the political economy of health, this thesis brings together studies that seek to update the understanding of healthcare in Brazil, considering that health policies are historically determined, politically instituted, socially produced and related to production and social reproduction. In Part I, after reviewing the relations between health systems, neoliberalism and financialization, the insertion of Brazilian companies in the health sector in the process of financialization is analyzed. Fifty-eight were selected and quantitative and qualitative information was collected from various sources between 2008 and 2017. The results are presented in two articles and in an exploratory analysis of the data gathered in the BDES-A database. Changes are observed in large companies such as rapid expansion and capitalization, increasing external investments, change in ownership structure, diversification, new strategies of competition, financing, organization and governance. The active role of the companies in the integration of the Brazilian health sector to financialization is demonstrated. Part II analyzes the formation, structural characteristics, and contradictions of the contemporary Brazilian health system, shaped by the health reform and the disputes established after the transition to democracy and neoliberalism. The implementation of the Unified Health System (SUS) and the changes in the relations between state, market and social classes between 1988 and 2016 were captured in the trajectory of processes such as financing, universalization, decentralization, marketization and segmentation. We identify the political, economic, ideological, social, institutional bases that underpin the political economy of the health sector in the neoliberal contexto in Brazil.
