Domingos foi, é e será crucial para a saúde pública brasileira. Desde os anos 1980 contribuiu decididamente para o pensar e o fazer a Reforma Psiquiátrica. Primeiro coordenador da saúde mental no início dos anos 1990, arriscou-se na fronteira sempre perigosa da construção de instituições em contextos adversos. Sempre inquieto intelectualmente e esquivo aos elogios, foi capaz de equacionar sensibilidade e lucidez, as brechas, os meios de caminho e as possibilidades de avançar uma nova institucionalidade nucleada por centros de atenção psicossocial, incluindo os de álcool e drogas.
Seu principal legado, a luta por política efetivamente antimanicomial, exige encarar contrapontos, conjunturas contraditórias, reflexões acadêmicas e lideranças simultaneamente utópicas e realistas. Atributos de saber problematizar e saber fazer mudar, que em Domingos sobravam, não são facilmente substituíveis. Mas sua liderança no campo da saúde mental se projetou. Temos espalhados pelo Brasil inúmeros sucessores e sucessoras de seu compromisso de trilhar caminhos de igualdade e emancipação na saúde.
O GPDES manifesta tristeza e reconhecimento pela grandiosidade do médico, estudioso, gestor que conseguiu alterar os rumos das políticas iníquas, perversas e anticientíficas de saúde.
Obrigado Domingos.
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Homenagem a Domingos Sávio do Nascimento Alves
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